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Em 1954 é fundada a Associação dos Profissionais Condutores de Veículos e Anexos de Sorocaba. No mesmo ano, em 20 de novembro, é concedida a carta sindical e a Associação passa a ser o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Sorocaba e Região. Com sede provisória na rua Cesário Mota, nº. 482, a Associação é a primeira entidade de organização dos trabalhadores em transportes que se tem notícia em nossa região.

Algumas décadas depois, em 1986, uma chapa pró-Central Única dos Trabalhadores vence a eleição sindical e começa a fazer importantes ações. Infelizmente, alguns membros dessa diretoria ainda estavam alinhados com o sindicalismo pelego e há uma racha na direção.

Os diretores que racharam com o peleguismo se juntam com outros trabalhadores, também comprometidos com os princípios da CUT, e montam uma nova chapa para concorrer nas eleições sindicais de 1989. Vitoriosos, começam a colocar em prática o sindicalismo combativo, sem rabo preso com patrões e governos. O que muda completamente o rumo da história dos trabalhadores em transportes de Sorocaba.

Com garra e vontade, os novos dirigentes superam as dificuldades impostas pela precária estrutura do Sindicato, que tinha apenas uma pequena sede penhorada pelo INSS e uma ambulância doada pelo Ministério do Trabalho, e iniciam uma série de lutas para recuperar os salários e a auto-estima da categoria, o respeito e o reconhecimento da sociedade.

Final dos anos 1980

Já na primeira greve, em 1986, o pau come. Os trabalhadores que lutam por melhores salários e condições de trabalho são tratados como bandidos e o governo municipal chama a ROTA para reprimir o movimento da categoria.

Os salários extremamente baixos justificam a luta. O motorista recebia apenas um salário mínimo e meio e os cobradores um salário mínimo e mais nenhum outro benefício.

Ao final da paralisação, 126 trabalhadores são demitidos por justa causa, inclusive toda a diretoria do Sindicato. Mas o movimento é considerado positivo. Depois dessa greve, a categoria despertou e a luta dos trabalhadores ganhou força e tomou outras proporções.

A data-base de 1989 também é marcante. O Sindicato formaliza a primeira convenção coletiva do setor de cargas e conquista para todos os caminhoneiros prêmio por tempo de serviço, diária e pernoite e piso diferenciado para o motorista carreteiro.

Infelizmente, o final de década é marcado por uma onda de violência e alguns companheiros são assassinados. Em protesto, trabalhadores e familiares tomam as ruas da cidade em duas grandes manifestações.

Década de 1990

A década de 1990 começa com a mais longa greve da categoria. Sorocaba para por seis longos dias. As negociações da campanha salarial não avançam e o clima fica muito tenso.

Empresários e poder público se unem com o objetivo de não deixar o movimento sindical crescer na cidade. O então prefeito, Antônio Carlos Pannunzio, e seu secretário de Transportes e presidente da Urbes, Caldini Crespo, são vistos circulando pela cidade nos camburões da polícia para perseguir os trabalhadores.

Muitos companheiros são presos e espancados. Como o Sindicato não tinha uma sede adequada, o Sindicato dos Metalúrgicos serve de base e abrigo para os trabalhadores e as assembleias são realizadas na marginal Dom Aguirre.

A queda de braço é brava, mas a repressão não intimida. Os companheiros permanecem firmes e, no final, saem vitoriosos com a conquista de aumento salarial e da primeira redução da jornada de trabalho no setor urbano.

Profundas mudanças ocorrem no sistema de transporte de Sorocaba no início dos anos 1990. A criação dos terminais, a adoção de novas de tecnologias e a nova política para os transportes colocam grandes desafios para a categoria.

A empresa de ônibus VIMA é fechada e o Sindicato luta muito contra a demissão dos trabalhadores, em especial, contra a extinção da função do cobrador.

Infelizmente, a propaganda falsa da Prefeitura, que dizia que Sorocaba teria o melhor transporte, a tarifa mais baixa do país e que os cobradores não seriam demitidos prevaleceu.

Hoje, todos sabem qual é a verdade. Centenas de pais de família foram demitidos, o transporte da cidade é ruim e a tarifa está entre as mais caras do Brasil.

A derrota não assusta os trabalhadores, nem diminui a vontade de vencer. O Sindicato dá a volta por cima e mantêm-se firme no objetivo de valorizar a categoria. A cada campanha salarial, com caminhão emprestado, dormindo em carros nas portas de garagem e superando diversos obstáculos, o Sindicato avança e acumula muitos ganhos para a categoria, como cesta básica e tíquete-refeição.

Pioneiro na conquista de importantes benefícios. O Sindicato é o primeiro a garantir participação nos lucros e resultados e plano de saúde familiar e gratuito para os trabalhadores.

No urbano de Sorocaba, o Sindicato também garante a criação do 3º turno, o que acaba com a jornada excessiva de trabalho e gera muitos empregos.

Final da década de 1990 e início de 2000

Uma onda de invasão de perueiros toma todo o país. Em Sorocaba, maior cidade da nossa base, não é diferente e, mais uma vez, com coragem e habilidade, o Sindicato enfrenta esse grande desafio.

A luta é longa e difícil. O transporte clandestino coloca em risco os empregos da categoria e a segurança da população. Inúmeras ações e manifestações são lideradas pelo Sindicato até a deflagração do golpe mortal nos perueiros e a conquista da vitória.

Primeira década do ano 2000

Novas mudanças ocorrem no início de século. Seguindo orientação da CUT, o Sindicato de Sorocaba se funde com o Sindicato de Itapeva, fortalecendo ainda mais a luta da categoria e ampliando a base de representação para 42 municípios.

As campanhas salariais ganham outra dimensão e, de passo em passo, o Sindicato está conseguindo igualar os benefícios e salários da base e mostrar para os empresários que respeitar os trabalhadores e seus direitos está em primeiro lugar.

No início de 2000, um ataque promovido por deputados ligados ao setor patronal, coloca em risco importante direitos da classe trabalhadora, como 13º salário, férias e fundo de garantia. É a Emenda 3.

Em todo o Brasil explode protestos e, em nossa região, o Sindicato dos Rodoviários promove, junto com os demais sindicatos cutistas, a principal manifestação contra a Emenda 3 do interior do Estado. Felizmente, o presidente Lula vetou a emenda e garantiu a manutenção dos direitos trabalhistas.

A saída de operação das empresas TCS e Breda está entre os principais desafios enfrentados pelo Sindicato no final da primeira década de 2000.

Uma grande luta é travada com empresários e poder público e, mais uma vez, o Sindicato é vitorioso e assegura o emprego de todos os trabalhadores.

Somada às lutas realizadas por melhores salários e cumprimento de acordo coletivo, estão as lutas gerais dos trabalhadores nas quais o Sindicato sempre está presente: defesa da aposentadoria especial, greve geral, greve histórica dos petroleiros, protesto pelo fim dos pedágios abusivos, marchas da classe trabalhadora pela valorização do salário mínimo e contra a crise financeira internacional.

Hoje, o Sindicato dos Rodoviários tem outra envergadura política, que levou a diretoria a ocupar outros espaços de decisão para travar uma luta mais ampla em defesa da classe trabalhadora e contribuir para o fortalecimento da categoria. Atualmente, os dirigentes do Sindicato de Sorocaba e Região estão à frente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes por Terra, Mar e Ar e da Federação Estadual dos Trabalhadores em Transportes Terrestres de São Paulo. E ajudaram a eleger um representante da categoria para Câmara Municipal de Vereadores de Sorocaba, o vice-presidente Francisco França.

O Sindicato cresceu e, hoje, oferece aos trabalhadores atendimento digno na sede ampliada e subsedes, cursos gratuitos de espanhol, inglês e informática; bons espaços de lazer no Clube de Campo, Colônia de Férias e no futuro Pesqueiro e Salão de Festas. E tem estrutura adequada para desenvolver as lutas da categoria.

Com a bandeira da CUT, o Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e região está mais forte e os dirigentes que passaram pela entidade podem se orgulhar de terem contribuído para o crescimento da entidade, e ter a certeza de que valeu a garoa fina, o sereno frio e o sol ardente, as noites sem dormir, os perigos corridos e as discussões acaloradas.

Se hoje o Sindicato é respeitado em todo o Brasil e é referência por ter os melhores salários e os maiores benefícios, é devido a esses companheiros que lutaram com coragem e ousadia.

O objetivo de 1986 foi alcançado. Agora, o grande desafio é dar continuidade a esse trabalho e manter o Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região no caminho do crescimento com responsabilidade e luta em defesa da categoria.

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