Por unanimidade, os trabalhadores dos transportes de Sorocaba decidiram que não vão tolerar uma única demissão sequer na categoria por conta do plano anunciado pelo poder público de redução da frota de ônibus urbanos na cidade.
A decisão foi tomada em duas assembleias realizadas nesta quarta-feira (5 de fevereiro), pela manhã e à noite, no prédio do Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região.
Foram assembleias de mobilização para avaliar ameaças de demissão em massa na categoria e outros abusos que visam acabar com o transporte público em Sorocaba. Tudo isso tem relação com os planos do atual prefeito de reduzir a frota em circulação. Esses planos ameaçam provocar demissão em massa numa previsão de 135 postos de trabalho a serem eliminados, sendo 100 motoristas e 35 funções de apoio. Outras medidas patrocinadas pelo poder público contribuem para agravar ainda mais a situação e gerar tensão na categoria.
Nas assembleias, ficou claro que os transportes especial e de fretamento também estão na mira do poder público como alvos a serem prejudicados. Os planos do prefeito envolvem a criação de transporte por aplicativos, mototáxi, substituição do fretamento, medidas que concorrem com o transporte público regulamentado e precarizam o serviço oferecido à população.
“A categoria decidiu que não vai permitir uma única demissão sequer no plano da redução de frota”, afirmou o presidente do Sindicato, Paulinho do Transporte. “Se tiver demissão por redução de frota, nós vamos para o enfrentamento imediatamente”, ele completou.
“Nós temos que estar sempre extremamente unidos, porque a hora que precisarmos ir para o enfrentamento temos que dar as mãos e ir pra cima como fizemos no passado”, disse Paulinho. Ele lembrou que, em anos passados, a luta foi contra a invasão do sistema clandestino dos perueiros que tentaram ocupar o transporte local e a categoria impediu essa tentativa com o apoio do prefeito da época.
O fim do fretamento está previsto no projeto de estender os corredores do BRT para os corredores das indústrias. Paulinho lembrou que esses corredores foram construídos com dinheiro público e não podem ser entregues ao uso privado e tal medida, se for à frente, poderá ser contestada judicialmente.
“Essa aqui é uma categoria politizada”, disse Paulinho, ao também criticar o que chamou de “prefeito TikTok” pela insistência do político em priorizar as redes sociais em prejuízo da administração da cidade. “O povo está sendo enganado, infelizmente. Não entregou as 14 mil casas. Não entregou a nova rodoviária, o hospital, nada disso. Cadê as creches, o hospital municipal, as auxiliares da educação? Não entregou nada disso. Não está nem aí, está só no TikTok. Tem gente que está achando ele engraçadinho.”
“Essa é uma questão política. O povo está sendo enganado, infelizmente, mas essa categoria não pode ser enganada, essa categoria é politizada”, descreveu Paulinho referindo-se aos trabalhadores e trabalhadoras do transporte. “E o engraçadinho ainda anuncia o maior prédio do mundo, túnel, agenda com o Trump.”
Paulinho também disse que defende toda forma de trabalho. “O que não pode é o trabalho irregular, clandestino, informal, prejudicar os trabalhadores que estão regulamentados e têm história de conquistas de longa data desde tempos passados”, falou o presidente do Sindicato.















