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Prefeito Crespo ameaça motoristas e provoca protesto da categoria
Em assembleia realizada no Parque das Águas, trabalhadores no urbano de Sorocaba definiram que irão realizar novos protestos ou paralisação por tempo indeterminado caso o prefeito ou a Urbes voltem a assediar a categoria
Revoltados com as ameaças do prefeito da cidade de Sorocaba José Crespo (DEM) a dois motoristas, os trabalhadores em transporte urbano do município realizaram no final da tarde da segunda-feira, 14, um protesto no Parque das Águas e definiram em assembleia que, caso o prefeito ou a empresa pública gerenciadora do sistema Urbes - Trânsito e Transportes promovam novas ameaças ou perseguições aos trabalhadores, a categoria irá reagir imediatamente com outros protestos ou até mesmo paralisação por tempo indeterminado.
"Prefeito não pode, não deve e não tem autoridade para isso. Nós não vamos permitir que ele aja dessa forma agressiva com os trabalhadores. A partir de hoje é uma reação a cada ação irresponsável de Crespo", enfatiza Paulo João Estausia, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região.
Ameaça de demissão
Na manhã da mesma segunda-feira, o prefeito Crespo abordou dois motoristas no bairro Cajuru acusando-os de não parar nos pontos de ônibus para embarque de passageiros e os ameaçou de demissão por justa causa, mesmo estando ciente da superlotação do veículo. No momento da abordagem do prefeito, a própria população se revoltou e começou a vaiá-lo. Vídeos da população revoltada circulam pelas redes sociais (assista aqui).
Redução de horários e superlotação de ônibus
No último ano a Urbes reduziu o número de viagem por linha, o que acarretou a demissão de diversos trabalhadores. Segundo levantamento do Sindicato, a redução das viagens foi de 20%, fato que provoca maior superlotação dos ônibus nos horários de pico, visto que existe um número menor de veículos em circulação.
"O que precisa ser feito em Sorocaba é colocar mais ônibus nas ruas para atender melhor a população. Eles retiraram os carros das linhas de vários bairros e agora os ônibus não são suficientes para transportar a população em horário de pico", afirma o vice-presidente do Sindicato e vereador Francisco França.
França explica que as empresas operadoras do sistema determinam o não embarque de passageiros após lotação do ônibus, inclusive como medida de segurança para os próprios usuários. "Sempre foi assim, lotou e não cabe mais ninguém, tem que ir embora para o terminal ou o ponto final dependendo do sentido que está indo."
Ações judiciais
O Sindicato dos Rodoviários está acionando o Ministério Público do Trabalho contra o assédio moral promovido pelo prefeito José Crespo e está solicitando à Justiça a preservação e uma cópia das imagens das câmeras internas e externas dos ônibus operados pelos motoristas ameaçados, essas imagens são de responsabilidade das empresas operadoras do sistema e da Urbes.
Todos os trabalhadores em transporte urbano aderiram ao protesto realizado na segunda-feira no Parque das Águas, apenas os trabalhadores em transporte especial continuaram a circular normalmente.
































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